Wednesday, February 28, 2007

Quarta Sessão - 6 de Março de 2007 - O Neo-Realismo Italiano

Designa-se por Neo-Realismo ou de Movimento Neo-Realista, uma tendência artística moderna, de realismo social, que surge a partir de 1945, e que terá inspiração em Courbet e no Realismo do século XIX, encontrando praticantes desde os Estados Unidos, á América Central e do Sul, e a toda a Europa, especialmente a latina.
Aderindo ás propostas do Neo-realismo literário, alguns pintores lançam uma pintura Neo-realista, fundada no figurativismo e numa crítica social de raiz Marxista, retratando as condições de vida das classes mais desfavorecidas e do operariado industrial.
Internacionalmente, o Neo-realismo terá especiais intérpretes nos grandes muralistas Mexicanos, Orozco, Rivera e Siqueiros, no Brasil com a pintura de Cândido Portinari, e no cinema italiano com De Sica “Ladrões de bicicletas”.


O Neo-Realismo no cinema


Os traumas do pós-guerra levam cineastas e críticos italianos a assumirem posição mais crítica em relação aos problemas sociais e reagirem contra os esquemas tradicionais de produção. Surge assim, na Itália, o movimento neo-realista. A renovação ocorre na temática, na linguagem e na relação com o público. A experiência neo-realista tem duração relativamente curta mas causa enorme impacto sobre as demais cinematografias e se expressa de diferentes formas em outros países.

Com poucos recursos, linguagem mais simples, temáticas contestadoras, actores não-profissionais e filmagens ao ar livre os filmes retratam o dia-a-dia de proletários, camponeses e pequena burguesia.

"Obsessão" (Ossessione - 1943), de Luchino Visconti, é considerada a obra inaugural do neo-realismo. A trilogia de Roberto Rosselini, Roma, "Cidade Aberta" (Roma, città aperta / Rome, Open City - 1945), "Paisà" (Paisà - 1946) e "Alemanha, Ano Zero" (Germania Anno Zero / Germany Year Zero - 1947), ao lado de "Ladrões de Bicicleta" (Ladri di Biciclette / The Bicycle Thief - 1948) e "Umberto D" (Umberto D - 1952), de Vittorio De Sica, constituem os grandes marcos do movimento.

Destacam-se também "A Romana" (La Romana / Woman of Rome - 1954), de Luigi Zampa, "O Capote" (Il Cappotto / The Overcoat - 1952), de Alberto Lattuada, "O Ferroviário" (Il Ferroviere / Man of Iron / The Railroad Man - 1956), de Pietro Germi, e "A Terra Treme" (La Terra trema / The Earth Trembles - 1948), de Visconti.

Vittorio De Sica (1902-1974), actor e Realizador italiano, estreia no cinema em 1922. Na década de 30, torna-se o galã popular nas comédias ligeiras do director Mario Camerini. A partir de 1940 passa a realizar, trabalhando em parceria com o argumentista Cesare Zavattini. Juntos, realizam as maiores obras do neo-realismo: "Milagre em Milão" (Miracolo a Milano / Miracle in Milan - 1950) e "O Teto" (Il Tetto / The Roof / Le Toit - 1956).

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